Como funciona a logística de alimentos?

A logística de alimentos é responsável por fazer chegar os gêneros alimentícios ao consumidor final. Quando vamos ao supermercado muitas vezes não percebemos a complexidade das operações envolvidas nos processos de distribuição e armazenagem dos alimentos. 

Ultimamente, a logística de alimentos tem passado por vários desafios, em função das mudanças de perfil de consumo acentuadas pela pandemia. A crise sanitária produziu efeitos em toda a sociedade e se estendeu à indústria de alimentos.

Como resultado, a logística de alimentos precisou ser remodelada para continuar atendendo na quantidade certa, no tempo certo e nas condições adequadas de qualidade. 

Neste artigo, vamos falar sobre a importância da logística de alimentos e sobre os cuidados em seu transporte e armazenagem. Confira!

Qual a importância da logística de alimentos?

A logística de alimentos abrange grandes cadeias produtivas, que vão desde a origem das matérias-primas (animal ou vegetal), passando pelos processos de produção e distribuição. A integração entre os diversos agentes que fazem parte dessas cadeias é de grande importância para atender os consumidores.

Um dos maiores desafios da logística de alimentos é diminuir o desperdício. De acordo com a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura – FAO, entre um quarto e um terço da produção mundial de alimentos, cerca de 1,3 bilhão de toneladas, é desperdiçada ou perdida.

Ainda de acordo com a FAO, as perdas estão relacionadas à redução da quantidade de alimentos disponível para consumo durante as etapas de produção, pós-colheita, armazenagem e transporte.

O desperdício, entretanto, está relacionado ao descarte de alimentos que ainda possuem valor nutricional, comportamento associado aos pequenos e grandes varejistas, restaurantes e consumidores finais.

Portanto, a eficiência da logística de alimentos, especialmente nas suas etapas de armazenagem e transporte, é fundamental para um abastecimento eficiente. Isso significa reduzir o volume de perdas e, consequentemente, os custos, proporcionando uma melhor distribuição de alimentos.

Quais os cuidados no transporte e armazenagem de alimentos?

Para atender ao objetivo de fazer o alimento chegar com qualidade ao consumidor final, o transporte e a armazenagem de alimentos requerem cuidados especiais no manuseio.

É preciso ter atenção especial à higiene e à desinfecção de veículos e armazéns. Por esta razão, existem várias regras a serem seguidas para garantir a qualidade dos alimentos desde a fabricação e até o processo logístico

A Portaria nº 326 da Secretaria de Vigilância Sanitária estabelece as normas e boas práticas de fabricação, fracionamento, armazenagem e transporte para estabelecimentos produtores de alimentos. 

Já a Resolução nº 216 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA dispõe sobre o regulamento técnico de boas práticas para serviços de alimentação.

A resolução determina que os alimentos armazenados ou que estão aguardando envio devem estar protegidos contra agentes contaminantes. Além disso, devem haver identificação na embalagem com as referências do produto, sua data de fabricação e prazo de validade. 

Estabelece também que a temperatura do alimento preparado deve ser controlada durante todas as etapas de transporte e armazenagem. Além disso, deve se manter em níveis que não comprometam a sua qualidade para consumo. 

A resolução dispõe ainda sobre a higienização dos meios de transporte. As empresas responsáveis por esta etapa devem adotar ações para evitar a presença de vetores e pragas. Os veículos devem ter cobertura para a proteção da carga e não podem transportar outras cargas que comprometam a qualidade do alimento. 

Como devem ser os veículos que transportam alimentos?

Para atender às normas que regulamentam o transporte e armazenagem de alimentos, é importante que os veículos preencham determinados requisitos de forma a preservar a qualidade dos alimentos, evitando a contaminação. 

Uma importante referência no transporte de alimentos é a Resolução SMG “N” nº 604 de 11 de setembro de 2002 da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro. 

Dentre outras regras, determina ainda critérios para a limpeza e desinfecção bem como as temperaturas para armazenagem no baú de acordo com a carga transportada, bem como características mínimas de cada veículo de acordo com o tipo de alimento transportado.

Alimentos não perecíveis como cereais e grãos pré-embalados e a granel, café, sal, açúcar, alimentos acondicionados em latas, vidros e similares devem ser transportados em veículo aberto.

O veículo para o transporte deve ser constituído de material de fácil limpeza e desinfeção, que não danifique ou deteriore os produtos, com proteção de lona ou plásticos.

Alimentos também não perecíveis como carnes defumadas e produtos de panificação devem ser transportados em veículos fechados à temperatura ambiente, como baú, contêineres e outros. 

Esses veículos devem ser constituídos de material atóxico, resistente, de fácil limpeza e desinfecção, acondicionados de tal maneira que os recipientes não se movam para garantir a integridade dos produtos. 

O transporte dos alimentos perecíveis e congelados como carnes, sorvetes e refeições prontas para o consumo devem ser em veículo fechado, isotérmico, refrigerado ou congelado mediante sistema gerador a frio. 

O transporte deve ser feito em veículo constituído de material liso, resistente, impermeável e atóxico. As temperaturas devem estar de acordo com a indicação de cada tipo de alimento e os termômetros em perfeitas condições de aferição. Os estrados, prateleiras, caixas e ganchos devem ser removíveis para facilitar a limpeza e a desinfecção. 

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